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Wednesday, June 27, 2007

contemporâneo (Danto)

"Por muito tempo, creio eu, "arte contemporânea" teria sido apenas a arte que está sendo feita agora. O moderno, apesar de tudo, implica uma diferença entre o agora e o "ainda há pouco": a expressão não teria qualquer utilidade se as coisas permanecessem sempre e em ampla medida, as mesmas. Isso implica uma estrutura histórica e tem um sentido mais forte do que o termo "mais recente". "Contemporâneo", em seu sentido mais óbvio, significa simplesmente o que está acontecendo agora: a arte contemporânea seria a arte produzida por nossos contemporâneos. Certamente, ela não teria passado pelo teste do tempo. Mas para nós ela teria certo significado que mesmo a arte moderna que tivesse passado pelo teste não teria: ela seria a "nossa arte" de um modo particularmente íntimo. Mas como a história da arte evoluiu internamente, a contemporânea passou a significar uma arte produzida dentro de certa estrutura de produção jamais antes vista em toda a história da arte – creio eu. Da mesma forma que o "moderno" veio a denotar um estilo e mesmo um período, e não apenas arte recente, "contemporâneo" passou a designar algo mais do que simplesmente a arte do momento presente. Em meu ponto de vista, além do mais, designa menos um período do que o que acontece depois que não há mais períodos em alguma narrativa mestra da arte, e menos um estilo de fazer arte do que um estilo de usar estilos."

DANTO, Arthur. Após o fim da arte: arte contemporânea e os limites da história. São Paulo: Odysseus Editora, 2006 (p 12-13)

Thursday, June 07, 2007

Baudrillard e a hipertrofia estéril

"Há uma náusea peculiar nessa inutilidade prodigiosa. A náusea de um mundo que prolifera, que se hipertrofia e que não consegue dar à luz. Todas essas memórias, todos esses arquivos, toda essa documentação que não consegue dar à luz uma idéia; todos esses planos, programas, decisões que não conseguem dar à luz um fato; todas essas armas sofisticadas que não conseguem dar à luz uma guerra!"

BAUDRILLARD, Jean. A transparência do mal. Campinas, SP: Papirus, 1992. p. 39